Mesmo com todas as dificuldades e obstáculos enfrentados pela população brasileira nos últimos dois anos, o setor de saúde pôde observar um crescimento significativo e com muitas inovações.
Conforme cita Fernando Silveira Filho, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (ABIMED), “é estimulante observar que o setor é um dos que mais têm apresentado progressos em tecnologia e inovação nos últimos anos. Esse avanço propiciará redução nos custos e economia de tempo, permitindo, assim, atender mais gente com os mesmos recursos.”
Além da demanda enorme de atendimento durante a pandemia, também houve um aumento significativo no número de beneficiários de planos de saúde, conforme indica o Observatório 2022, da ANAHP. Essa forte demanda fez com que no último ano, o setor de saúde humana e serviços sociais ficasse em 5° lugar entre os principais geradores de empregos no Brasil.
Dados mercadológicos
Quando analisamos os dados mercadológicos, notamos que houve um crescimento sequencial dos beneficiários de planos de saúde desde julho de 2020. Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná são os que tiveram o maior ganho em números absolutos. [1][2]
“Na análise anual, a faixa etária de 39 a 43 anos foi a que apresentou o crescimento mais expressivo na assistência médica (7,12%), seguido pela faixa etária de 44 a 48 anos (6,49%).”
A pesquisa Perspectivas globais do setor de saúde 2022, desenvolvida pela consultoria Delloit, afirma que a colisão de forças entre a pandemia e os avanços tecnológicos recentes provocará grandes mudanças nos setores de diagnóstico e tratamento. “Descobertas científicas mudarão drasticamente a forma como são feitos os diagnósticos e tratamentos de diferentes doenças. Avanços relacionados a medicamentos, nanomedicina, genômica, microbiometria, metabolômica e outros pontos que estão acontecendo exponencialmente com base em estruturas de ensaios clínicos inovadores, participantes do mercado e maior participação do consumidor.”
Dentro desse contexto de avanços significativos, a ANS vem atualizando o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde e incluindo os testes moleculares.
Biologia Molecular – uma oportunidades para os Laboratórios
Como nós apontamos no artigo “Envelhecimento da população e a Medicina Preventiva”, a população brasileira está ficando mais velha e, consequentemente, mais cuidadosa com a saúde.
Fato também apontado no estudo da ANHP: “O aumento dos gastos de saúde também é influenciado pelo processo de envelhecimento da população. Em 2020, a participação de idosos dessa faixa etária na população brasileira correspondeu a 9,83%, de modo que as projeções populacionais do IBGE estimam uma participação de 13,54% em 2030, 17,41% em 2040, 21,87% em 2050 e 25,49% em 2060.”
Sendo a região Sudeste com os índices mais altos — 29,66 milhões de beneficiários; a maior proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população de beneficiários, com 15,36% em dezembro de 2021 e, com 35,40% da taxa de cobertura (percentual da população coberta por planos privados de saúde).
E, agora que o Ministério da Saúde declarou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) é esperado um aumento nas demandas de exames mais rotineiros que foram “abandonados” nos últimos anos.
Portanto, é importante que os laboratórios estejam preparados para lidar com o cenário pós-pandemia, e a implementação de um departamento de Biologia Molecular é um bom caminho para se destacar da concorrência e abrir novos mercados.
Os testes PCR estão em evidência e tanto médicos quanto pacientes já entendem melhor sua importância. Além dos testes respiratórios, outros ensaios, como os painéis para HPV estão se popularizando cada dia mais.
“Acreditamos que no período pós-pandemia o diagnóstico molecular vai estar muito mais presente, já que mais laboratórios brasileiros estarão capacitados a realizar esses testes. Além disso, há uma popularização, devida ao novo coronavírus. Com a relevância que o diagnóstico tomou diante da pandemia, todos já sabem e entendem o que é um RT-PCR. E isso acaba incentivando o mercado, visto que a pressão popular ajuda a difundir a técnica.”
Guilherme Ambar — CEO da Seegene Brazil
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