A mudança de prioridades de produção e logística durante a maior parte da pandemia e as variações de demanda ao longo desse período afetaram diretamente o fluxo dos laboratórios. Os insumos para vários exames sofrem com uma fase de escassez, e os reagentes para o teste de HPV também passam por este problema.
Como ainda estamos lidando com as consequências da covid-19, os setores médico e laboratorial têm passado por algumas inconsistências e carências. Além disso, o retorno em massa das consultas e exames de rotina têm sobrecarregado algumas unidades laboratoriais.
A falta de insumos para teste de HPV pode ter consequências graves, já que a sua infecção pode evoluir para vários tipos de cânceres. São pelo menos 13 tipos considerados oncogênicos, dos quais o 16, 18 e 31 estão presentes em mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero.
Advertimos ainda que, conforme os últimos relatórios da OMS e da UNICEF, estamos vendo o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas. Apenas sobre o HPV, mais de um quarto da cobertura de vacinas alcançada em 2019 foi perdida.
Esse quadro apresenta graves consequências para a saúde de mulheres, pois a “cobertura global da primeira dose da vacina contra o papilomavírus humano é de apenas 15%, apesar de as primeiras vacinas terem sido licenciadas há mais de 15 anos.” [1]
Por que a situação do país preocupa
Infelizmente, apenas os dados epidemiológicos da aids e sífilis congênita são de notificação compulsória, ou seja, os índices das demais IST variam muito conforme a região observada e são subnotificados, sendo difícil analisar o país na sua totalidade.
Por isso, pesquisas como as realizadas pelo Observatório de Atenção Primária, são essenciais para enxergarmos o cenário nacional como um todo.
Confira os indicadores disponíveis para o câncer do colo do útero
A exemplo, a pesquisa baseada em dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), demonstrou haver uma grande disparidade na porcentagem de realização do exame papanicolau em diferentes cidades e faixas etárias. Entre as mulheres de 18 a 24 anos, 64,3% nunca realizaram o exame, o número cai para 26,4% na faixa entre 25 e 34 anos.
Os índices também variam muito entre os estados. Em Maceió (AL), por exemplo, 40% das mulheres não realizaram o exame, enquanto em Florianópolis (SC) o índice foi de apenas 14,9%. [2]
Outra questão levantada e extremamente preocupante é sobre a significante parcela de mulheres que nunca tiveram uma consulta ginecológica. Dentre os principais fatores estão:
- não considerar a ida ao ginecologista como algo importante ou necessário;
- dificuldade de acesso a unidades de saúde ou clínicas privadas;
- problemas na relação entre médico e paciente;
- vergonha do atendimento ginecológico.
Outra pesquisa aponta que 17% das mulheres brasileiras nem sabem como o HPV é transmitido, sendo que em Rondônia esse número sobe para 35%, ou seja, são 1 em cada 3 mulheres. Nesse mesmo estudo apontou-se que 37% das mulheres não sabem da disponibilidade da vacina no SUS.
Conforme aponta a mastologista Maira Celeffi, fundadora do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul, o rastreamento precisa ser encarado como uma política de saúde. Só assim é possível acompanhar de perto todas as pacientes. [3]
Por que usar a PCR para o teste de HPV
Conforme aponta o Oncoguia, “Um estudo realizado em 2011 indicou que 45% das mulheres entre 20 e 24 anos tinham um alto risco de HPV. Além disso, entre as jovens de 14 a 19 anos, 25% tiveram um alto risco de HPV. ”
Sabemos que, os “homens contribuem para a infecção nas mulheres e estima-se que mais de 70% de parceiros de mulheres com infecção cervical por HPV são portadores do DNA deste vírus. A infecção fora da região genital foi detectada em até 73% de homens saudáveis.” [1]
O médico Artur Katz, diretor do centro de oncologia do Hospital Sírio-Libanês, alerta que o HPV também contribui para o aumento de casos de câncer de pênis e que “na maioria das vezes, quando o paciente diz ‘não há casos de câncer na minha família’, ele quer dizer que não há casos que ele saiba.” [3]
Essas últimas declarações mostram uma questão de extrema importância para o cenário atual – sabemos que nos homens, o HPV é, na sua grande maioria, assintomático.
Com a ausência de lesões e sintomas, o diagnóstico deve ser feito exclusivamente pela biologia molecular. Somente assim é possível proporcionar uma análise confiável.
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Como demonstramos no artigo anterior, “HPV: captura híbrida x PCR”, dos exames disponíveis para a detecção e diagnóstico, a PCR se destaca como a melhor opção. Não só pela sua grande capacidade para a detecção de níveis muito baixos de carga viral em células e tecidos e identificação de um grande número de tipos de HPV, como também pela sua confiabilidade e especificidade. [5]
Atualização tecnológica e diversificação do menu de exames
As dificuldades enfrentadas na atual fase de escassez de insumos para testes de HPV também trazem uma oportunidade para atualização tecnológica e diversificação do menu de exames.
A biologia molecular já se provou como o futuro da Medicina Preventiva e primordial no cuidado iminente da saúde mundial. Os testes PCR, além de oferecerem diagnósticos mais objetivos de forma menos invasiva, estão listados no rol da ANS e possuem cobertura dos planos de saúde, o que ajuda a torná-los disponíveis para um maior número de pacientes.
À vista disso, a Seegene Brazil oferece as melhores opções de cuidado – trabalhamos com reagentes e equipamentos de altíssima sensibilidade, o que permite diagnósticos rápidos com apenas uma amostra.
• Plataforma All in one – solução de automatização simplificada que pode executar uma ampla gama de testes de diagnóstico molecular para doenças infecciosas, saúde da mulher e medicina personalizada.
• Anyplex™ II HPV28 Detection – teste de HPV que detecta, diferencia e qualifica 28 genótipos distintos de HPV (19 de alto risco e 9 de baixo risco) responsáveis pelo câncer do colo do útero e/ou infecções sexualmente transmissíveis.
• Anyplex™ II HPV HR Detection – teste de HPV que detecta, diferencia e qualifica 14 genótipos de HPV de alto risco, incluindo HPV 16 e HPV 18, apontados como os maiores fatores de risco para o câncer cervical.
Com reagentes em estoque no Brasil e importação constante, a Seegene Brazil está pronta para implantar o teste PCR de HPV em qualquer laboratório do país e também contamos com disponibilidade imediata de equipamentos e equipe técnico/científica para a sua implementação.
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