Termos como pandemia, epidemia e endemia têm aparecido com bastante frequência na mídia nesses últimos anos, porém, muita gente ainda tem dúvidas sobre os seus reais significados e aplicações no dia a dia, principalmente quando falamos sobre a covid-19 e os vírus respiratórios.
Como bem explica Viviane Fongaro Botosso, diretora do Laboratório de Virologia do Instituto Butantan, uma pandemia é classificada quando atinge níveis mundiais; quando determinado agente se dissemina em diversos países ou continentes, usualmente afetando inúmeras pessoas e, quem define quando uma doença se torna esse tipo de ameaça global é a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já uma epidemia ocorre com um aumento no número de casos de uma doença em diversas regiões, estados ou cidades, sem atingir níveis globais – ou seja, pandemias e epidemias têm a mesma origem, o que muda é a escala da disseminação da doença.
Por sua vez, uma endemia ocorre quando a doença é recorrente na região, mas não há um aumento significativo no número de casos e a população convive com ela.
Julio Croda, médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, reforça que uma doença é considerada endêmica quando ela é comum em certas regiões; tem um número de mortes esperado e apresenta períodos de surto. Dessa maneira, é possível prever o impacto dos vírus e estar pronto para contê-los em caso de circulação.[1]
Para o estatístico Leonardo Bastos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, a sazonalidade do coronavírus, ou os períodos do ano em que o número de infecções e óbitos tende a subir, é uma tendência global.[2]
“Os três primeiros anos da pandemia foram um tanto conturbados. Mas com a situação relativamente mais controlada, será possível observar esse comportamento sazonal do patógeno. Assim como acontece com outros vírus respiratórios, a tendência é que os casos de covid aumentem nos períodos mais frios do ano, conforme nos aproximamos do inverno. Porém, isso é algo que ainda precisa ser confirmado“.
Leonardo Bastos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz
E, enquanto aguardamos o posicionamento oficial tanto da OMS quanto do Ministério da Saúde a respeito da classificação da covid-19, podemos ressaltar que os cuidados e a atenção aos vírus respiratórios mudaram bastante nos últimos anos.
Ao observarmos o painel do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass) vemos que, em 2023, os números são bem menos expressivos que em 2022, mostrando que a vacinação e a conscientização populacional desempenharam (e desempenham) um papel fundamental na atenuação do comportamento viral.
Contudo, a epidemiologista Lígia Kerr, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) enfatiza que, uma endemia não pode ser decretada sem as análises corretas – “Depende de circunstâncias como o comportamento da doença na população, a taxa de imunização e a circulação de variantes.” [1]
E mesmo que a covid-19 seja decretada como uma endemia no Brasil, entretanto, não significará que as coisas estarão resolvidas. Kerr ressalta que os surtos podem ser causados por novas variantes que, não necessariamente, serão mais leves.[1]
Diante desse cenário destacamos a importância dos testes PCR – para que essas análises mencionadas sejam feitas corretamente é preciso que as informações coletadas sejam precisas e confiáveis.
Enfatizando que a maioria das infecções virais possuem o mesmo quadro sintomático, é preciso que a identificação seja feita corretamente para a adoção dos melhores cuidados.
Leia mais em: Doenças sazonais – prepare o seu laboratório para o inverno
Vírus respiratórios no Brasil
Webinar Seegene – a importância da vigilância de vírus respiratórios circulantes na prevenção de uma próxima pandemia
Nos últimos anos a Seegene e a Seegene Brazil têm trabalhado constantemente no desenvolvimento e aprimoramento das técnicas de PCR – kits, reagentes e sistemas de análises.
Painel molecular para infecções respiratórias – estudo comprova sensibilidade dos testes Seegene
Além disso, parte dessas iniciativas é a realização de webinares, onde convidamos especialistas e agentes de saúde para conversar sobre os diversos cenários do mercado de saúde, tanto nacional quanto internacional.
E você está convidado a participar da nossa próxima edição, a conversa fica por conta da Dra. Clarisse e Dra. Eneida.
- Tema: Covid-19 endêmica: a importância da vigilância de vírus respiratórios circulantes na prevenção de uma próxima pandemia.
- Dia: 26 de julho/2023 às 19h30min.
- Local: Canal Seegene Brazil, no Youtube.
Palestrante: Dra. Clarisse Martins Machado
- Doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado no Clinical Virology Laboratory, University of Minnesota, EUA;
- Pesquisadora sênior responsável pelo Laboratório de Virologia do Instituto Medicina Tropical – USP;
- Coordenadora do Programa de Infecções em Transplante de células-tronco hematopoiéticas do Serviço de Transplante de Medula Óssea da Fundação Amaral Carvalho de Jaú, SP.
Convidada: Dra. Eneida Santos de Oliveira
- Doutora em ciências da saúde pelo Instituto René Rachou/Fiocruz MG;
- Referência técnica para o diagnóstico da COVID-19 e vigilância genômica do SARS-Cov-2 na Coordenação de Apoio Diagnóstico, da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte;
- Consultora técnica OPAS/OMS para o enfrentamento a pandemia da COVID-19 na Secretaria Estadual de Saúde de MG.
Venha participar dessa conversa – inscreva-se no canal para não perder esse e outros webinares Seegene.
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