As relações diplomáticas entre a Coreia do Sul e o Brasil começaram no final da década de 1950 e desde então foram desenvolvidas estratégias comerciais para a troca nas áreas da ciência, agropecuária, siderurgia e, claro, tecnologia.
Graças aos altos investimentos, apoios financeiros e governamentais, a Coreia do Sul é hoje um dos países que mais cresce tecnologicamente, sendo grande referência internacional e o primeiro a distribuir comercialmente a tecnologia 5G. [1]
Com equipamentos de última geração, tecnologias médicas e hospitais inteligentes com tratamentos inovadores, a Coreia também se tornou referência no chamado “turismo médico” que, até 2031, tem previsão de movimentar cerca de U$ 72.8 bilhões. [2][3]
Já no Brasil, em 2021, a Coreia do Sul ficou com a 7.º e a 9.º posições em exportações e importações, respectivamente, totalizando um superavit com mais de R$ 500 milhões, sendo os produtos farmacêuticos e medicamentos responsáveis por 4,5% do total (U$ 37.1 milhões – 19,3% a mais que em 2020) [4]
Um acordo comercial entre o Mercosul e a Coreia do Sul está em processo de negociação. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Exterior afirmou que o acordo comercial entre Brasil e Coreia terá um impacto de R$ 416,8 bilhões – “As estimativas da Secex apontam para impacto positivo do acordo em todas as variáveis macroeconômicas – PIB (0,37%), investimentos (1,02%), exportações (1,45%) e importações (1,77%) totais e salário real (0,41%) –, inclusive sobre os preços ao consumidor (-0,08%), que apresentam estimativa de queda. Em termos acumulados até 2040, os impactos estimados são de R$ 416,8 bilhões no PIB, R$ 286,8 bilhões nos investimentos, R$ 231,3 bilhões nas exportações e R$ 486,2 bilhões nas importações.” [5]
Como a Coreia do Sul tornou-se uma das maiores potências tecnológicas
Sabendo que até a metade do século XX a Coreia do Sul era uma colônia japonesa de base agrária e que logo em seguida passou por uma das piores bipolarizações que caracterizou os conflitos da Guerra Fria, é realmente impressionante constatar que o país é hoje um dos líderes globais em inovação.
Segundo especialistas, o principal motivo para esse salto de desenvolvimento dá-se pelos altos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento, que começou com o presidente Park Chung-hee, em 1961.
Sua principal estratégia foi mudar a dependência de importações para indústrias nacionais com mão de obra intensiva; no estabelecimento do Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia (KIST) em 1966 e do Ministério da Ciência e Tecnologia no ano seguinte.
Enquanto essas medidas impulsionaram os investimentos dos “chaebols” (grupos industriais de propriedade e controle familiar), o governo os protegia da concorrência externa, proporcionando o desenvolvimento do “conhecimento aplicado”. Foi nesse contexto que os grupos Samsung, LG e Lotte cresceram e puderam direcionar suas forças para indústrias pesadas como petroquímica, fabricação de automóveis e construção naval, bem como eletrônicos de consumo.
No começo da década de 1990 as atenções foram direcionadas para a alta tecnologia com a produção de semicondutores. Em 1995 estabeleceu-se o plano de dez anos de US$ 1,5 bilhão para a construção da infraestrutura nacional de banda larga e fornecer programas públicos para maximizar seu uso.
Tendo essa base tecnológica já estabelecida, o surgimento de empresas de pequeno e médio porte em biotecnologia, inteligência artificial e segurança cibernética, não foi uma surpresa. Em meados de 2010, essas empresas também contaram com financiamento governamental e apoio da infraestrutura tecnológica nacional.
Esses e vários outros fatores impulsionaram o país a uma área de destaque internacional. Para a saúde, em específico, podemos citar o centro global de treinamento em biofabricação que a ONU estabeleceu na Coreia do Sul para a produção de produtos biológicos, como vacinas, insulina, anticorpos monoclonais e tratamentos contra o câncer.
Tamanho avanço e investimento está pressionando as autoridades sul-coreanas a revisar as regras e leis em torno da aplicação e aprovação de dispositivos médicos inovadores para permitir que mais dispositivos de tecnologia digital e alimentados por IA sejam usados em ambientes clínicos.
“Com as mudanças propostas, espera-se que o período de aplicação até o uso efetivo desses dispositivos médicos inovadores em ambientes de atendimento passe a ser de até 80 dias. Todas essas mudanças também permitirão que a IA e as tecnologias digitais fiquem disponíveis para uso na área médica por três a cinco anos como dispositivos de benefícios seletivos ou não reembolsáveis.” [6]
Só no ano passado, o mercado de dispositivos médicos cresceu em 21% (U$ 6.8 bilhões). Para 2026, espera-se atingir U$ 10.9 bilhões.[6]
Por que esse cenário é favorável para o Brasil?
Como mencionado, os laços diplomáticos entre o Brasil e a Coreia do Sul abrangem uma variada gama de produtos essenciais para ambas as economias. Mas quando focamos na saúde vemos que entre janeiro e outubro de 2022, tivemos 5% de importação de medicamentos e produtos farmacêuticos. [4]
Porém, o baixo investimento em P&D nos leva a depender altamente dessas importações. “Apesar da utilização de inúmeros produtos de alta tecnologia pelo CEIS, o país ainda depende de importações por conta do baixo investimento em ciência e tecnologia, inovações e no desenvolvimento de uma indústria nacional que seja capaz de produzir tais bens de valor agregado” [7]
Essa falha econômica ficou bastante evidenciada durante a pandemia da covid-19 – a falta de equipamentos, EPIs e insumos básicos da saúde manifestou-se logo no início da crise epidemiológica.
No levantamento feito pelo DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) e pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em março de 2020, 60% dos municípios brasileiros não tinham nenhum respirador. [7]
“A dependência brasileira de importações não se justifica pela insuficiência da produção nacional, mas sim pela incapacidade de produção de bens de saúde com alto valor agregado” [7]
Sendo os motivos dessa dependência em torno (i) da dependência tecnológica, (ii) do oligopólio, com elevada barreira à entrada, (iii) do domínio de empresas multinacionais, (iv) do crescente e robusto déficit na balança comercial, e (v) da importação líquida de tecnologia. [7]
Em números – em 2019 – 1,21% do PIB foi o investimento em P&D no Brasil [8]
Diante desse cenário enfatizamos a participação e o papel da Seegene e da Seegene Brazil.
Tendo a Pesquisa & Desenvolvimento como um dos seus pilares, a Seegene reflete o crescimento ilimitado do setor da saúde e reforça as suas capacidades em Diagnóstico Molecular ao nível global.
Por projetar, desenvolver, fabricar e oferecer produtos, possui uma independência característica que, mesmo diante da falta de insumos, consegue operar de maneira constante.
E ainda seu protagonismo e inovação se tornaram referência no combate a covid-19.
No Brasil, as tecnologias Seegene já são usadas em grandes laboratórios como IPOG LAB, Sabin e Richet, ajudando nos diagnósticos de infecções respiratórias, saúde da mulher, HPV e mais.
A equipe brasileira é formada por profissionais qualificados e com ampla experiência na área científica que oferecem total apoio e suporte aos parceiros – conheça nossos planos, tecnologias e equipamentos: seegenebrazil.com.br
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