Segundo a OMS, o câncer cervical é o segundo câncer mais prevalente e a terceira maior causa de morte em mulheres, com 530.000 novos casos descobertos a cada ano. E, responsável por 99% desses casos, está o HPV. [1]
Dos mais de 100 tipos de HPV que conhecemos, há evidências que aqueles considerados do grupo de risco também se relacionam com cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe. [2]
Infelizmente, um dos principais motivos das altas taxas de contaminação dá-se pela desinformação – sobre o vírus e sobre a vacinação. Por ser a infecção viral mais comum do trato reprodutor, a prevenção primária é parte fundamental para o controle do câncer cervical.
Apesar de o Brasil ter condições e oferecer a vacinação e os exames preventivos para grande parte da população e ir além do recomendado pela OMS e OPAS ao abordar pessoas mais novas, vemos que ainda temos um longo caminho pela frente. [2]
A importância da Prevenção Primária
Ao contrário de outros tipos de câncer, o câncer cervical pode ser prevenido e controlado como problema de saúde pública desde que as estratégias para tal, propostas pela OMS, sejam seguidas.
Com base em diversos estudos, levantou-se a estratégia 90-70-90, ou seja, até 2030 os países devem apresentar:
- 90% das meninas, até os 15 anos, totalmente vacinadas contra o HPV;
- Ter 70% das mulheres testadas com exame de alto desempenho aos 35 anos e novamente aos 45 anos;
- 90% das mulheres identificadas com doença cervical devem receber tratamento (90% das mulheres com pré-câncer tratadas e 90% das mulheres com câncer invasivo tratadas).
Sobre a vacina
No estudo publicado pelo The Lancet, foi observado uma significante redução de casos de câncer cervical em mulheres inglesas que receberam a imunização completa.
“Observamos uma redução substancial no câncer do colo do útero e na incidência de NIC3 em mulheres jovens após a introdução do programa de imunização contra o HPV na Inglaterra, especialmente em indivíduos que receberam a vacina na idade de 12 a 13 anos. O programa de imunização contra o HPV quase eliminou com sucesso o câncer do colo do útero em mulheres nascidas desde 1º de setembro de 1995.” [3]
Além dos resultados positivos, o que chamou atenção foi um dos comentários recebidos após a sua publicação, a pesquisadora Maggie Cruickshank, da Universidade de Aberdeen, na Escócia, disse:
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) publicou recentemente sobre a importância da vacinação, principalmente na população masculina de 27 a 45 anos. Essa decisão foi baseada nos seguintes fatores:
- O impacto das doenças associadas ao HPV em pessoas imunossuprimidas de ambos os sexos é consideravelmente maior do que na população geral, tanto para condiloma (VG) quanto para os cânceres associados ao vírus;
- Os resultados de diversos estudos que avaliaram as vacinas HPV em homens acima de 26 anos mostraram excelentes resultados de imunogenicidade, eficácia e segurança;
- Vários países já estenderam o licenciamento das vacinas HPV, permitindo recomendações para pessoas de 27 a 45 anos de ambos os sexos, sejam imunocompetentes ou, em especial, parte de grupos de risco aumentado. Entre eles o Reino Unido, Tailândia, China, Itália e os Estados Unidos;
- HSH permanecem sob risco constante de infecção pelo HPV ao longo da vida, com taxas mais altas de infecções que evoluem com maior frequência para lesões benignas (condiloma) e/ou malignas (NIA) na região anal;
- Diversas pesquisas comprovaram a eficácia da vacina HPV4 na prevenção de tais lesões e nas recidivas pós-tratamento, o que a torna um adjuvante valioso no tratamento das lesões associadas ao HPV;
- A vacina HPV4 é constituída de partículas subunitárias (VLP) não replicantes e não contém material infectante, portanto, muito segura para a população imunocomprometida;
- O princípio da equidade entre homens e mulheres deve ser adotado nas recomendações de vacinação quando os dados científicos assim permitirem.
Mesmo assim, com diversos estudos comprovando a eficiência e a importância da vacina contra o HPV, temos visto um abandono nos cuidados primários.
Como mencionamos no artigo Teste de HPV – escassez de insumos, alta demanda no Brasil e a atualização tecnológica oferecida pela Seegene, os últimos relatórios da OMS e da UNICEF, mostram o maior retrocesso contínuo nas vacinações em três décadas. Apenas sobre o HPV, mais de um quarto da cobertura de vacinas alcançada em 2019 foi perdida.
Sobre os testes
O outro lado da prevenção primária consiste na testagem e aqui, não podemos deixar de citar a nova posição da OMS – a recomendação é que seja usada a PCR para a detecção e identificação do HPV.
Para entender mais sobre as diferenças entres os testes, confira o texto HPV: Captura híbrida x PCR.
A taxa de sobrevida para o Câncer Cervical
Por mais que os estudos sobre a taxa de sobrevida específica para o câncer cervical no Brasil sejam escassos, os que já foram publicados confirmam a tendência global – quando identificado no início, o câncer pode ser controlado.
Como indicado no American Cancer Society, a taxa de sobrevida para o câncer cervical é significativamente maior quando identificado logo no início. Seguindo o Estágio SEER (Surveillance, epidemiology, and end results), que agrupa os cânceres como:
- Localizado: não existe sinal de disseminação da doença.
- Regional: o tumor disseminou para estruturas próximas ou linfonodos.
- À distância: o tumor disseminou para órgãos próximos ou distantes.
Temos os seguintes dados:
- Local – taxa de sobrevida em 5 anos: 92%
- Regional – taxa de sobrevida em 5 anos: 56%
- À distância – taxa de sobrevida em 5 anos: 17%
- Todos os estágios SEER combinados: 66%
Nova tecnologia Seegene na luta conta o HPV
O diagnóstico precoce e preciso ajuda a salvar vidas. Para que esse diagnóstico seja realizado com agilidade, eficácia e custos acessíveis a Seegene lançou dois novos testes, que chegam para se somar aos outros testes para HPV do nosso menu:
- Allplex™ HPV28 Detection, que detecta e diferencia 28 genótipos distintos de HPV (19 de alto risco e 9 de baixo risco);
- Allplex™ HPV HR Detection, que detecta e diferencia 14 genótipos distintos de HPV de alto risco.
A popularização dos testes moleculares e a luta contra o HPV são prioridades para a Seegene e estes são os primeiros ensaios a utilizar a tecnologia 3 Ct, lançada no Brasil durante o 54.º CBPCML.
A 3 Ct alia 19 tecnologias patenteadas pela Seegene para entregar dados qualitativos e quantitativos para até 15 alvos em um único tubo, com redução do tempo de processamento e dos custos.
Ensaios para HPV para pronta entrega em todo o Brasil
Nós conhecemos os obstáculos enfrentados pelos laboratórios brasileiros e sabemos que a gestão do estoque é um ponto que merece atenção. Temos estoque no Brasil e importação constante de ensaios e equipamentos, o que permite que nossos parceiros não sofram nos períodos de escassez de insumos.
Vendemos diretamente aos laboratórios, sem intermediários e assim conseguimos trabalhar com valores mais baixos e realizar entregas mais rápidas. Conheça mais sobre as nossas tecnologias e estratégias – visite seegene.com.br
Comments are closed.