Nas últimas duas décadas observou-se que cerca de 15% a 20% dos casos de câncer estão associados às infecções virais. Um desses vírus é o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) [1].
“Todos os tipos de infecção por HPV são divididos em dois grupos com base em suas propriedades cancerígenas. Os tipos de alto risco incluem 16, 18, 31, 33, 35, 39,45, 51, 52, 56, 58, 68 e 59. Outros são classificados como potenciais de alto risco (que são 53, 66, 70, 73 e 82). Atualmente, é bem conhecido e comprovado que o HPV 16 e 18 são os genótipos virulentos de alto risco, causando cerca de 70% de todos os cânceres cervicais invasivos no mundo.” [1] O DNA do HPV de alto risco foi encontrado em 99.7% dos casos de câncer cervical, também conhecido como câncer do colo do útero.
Infelizmente, mesmo com todo o conhecimento, estudos e a vacina disponível, nós observamos o aumento nos diagnósticos de câncer cervical — são mais de 6 mil mulheres que morrem no Brasil anualmente em consequência do mesmo. (Agência Brasil)
De acordo com o SBIm, a taxa de vacinação no país está bem abaixo do desejado — o mínimo de 80% só foi atingido com a primeira dose nas meninas, enquanto a primeira dose para os meninos ficou com 57,9%.
Sobre as segundas doses, a entidade científica avisa que apenas 55,6% das meninas e 36,4% dos meninos as tomaram.
A importância do diagnóstico precoce
Nós já mencionamos em outros artigos sobre a importância do diagnóstico precoce e como ele é fundamental para o tratamento e recuperação dos pacientes. Neste artigo, porém, iremos abordar sob a perspectiva do diagnóstico do HPV, o câncer e a saúde da mulher.
O câncer do colo do útero é o principal câncer genital entre as mulheres em todo o mundo, com quase meio milhão de novos casos por ano. As taxas de mortalidade variam conforme a região geográfica e a maior porcentagem de HPV foi observada na África Subsaariana (24%), 21,4% na Europa Oriental e 16,1% na América Latina [1].
No Brasil há também uma variação geográfica do vírus, prevalecendo as altas taxas no Nordeste e ainda, “uma mulher morre a cada 90 minutos devido ao câncer do colo do útero com idade média de 45 anos” [2].
Posto isso, quando analisamos a saúde da mulher dentro das ciências humanas e “à luz do conceito ampliado de saúde é perceptível como, em uma sociedade patriarcal como a brasileira, a desigualdade no acesso a direitos básicos de acordo com o gênero impacta as condições de saúde.” Especialmente durante os primeiros anos da pandemia da covid-19, quando observamos um aumento na mortalidade materna e a dificuldade de acesso à saúde básica. [3]
A vulnerabilidade das mulheres, principalmente as mais pobres e/ou negras que já vivem à margem da sociedade, se intensificou nesse período e, conforme a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, devemos garantir, também neste contexto de pandemia, a continuidade e disponibilidade dos serviços de saúde sexual e reprodutiva, além de aumentar as ações de educação sexual integral.
É parte da nossa missão proporcionar uma vida mais saudável para todos com um novo padrão de diagnóstico rápido e preciso.
O diagnóstico molecular para o HPV
Uma das principais características do diagnóstico molecular do HPV é a possibilidade de coletar dados epidemiológicos e fazer a triagem do vírus.
Para tal, existem diversos exames que podem ser feitos, porém, gostaríamos de ressaltar que, baseado em diversos estudos[4][5][6][7], o PCR em tempo real é o mais assertivo e capaz de entregar um diagnóstico confiável.
O nosso Painel Anyplex™ II HPV28 Detection simultaneamente detecta, diferencia e quantifica 28 genótipos distintos de HPV (19 de alto risco e 9 de baixo risco) responsáveis pelo câncer do colo do útero e/ou infecções sexualmente transmissíveis.
Baseado na tecnologia exclusiva da Seegene TOCE™, esse ensaio é feito em equipamentos de PCR em tempo real e fornece informação de alta sensibilidade e especificidade em apenas duas reações.
“O PCR detectou mais casos de HPV de alto risco do que a captura híbrida; PCR e captura híbrida têm alto valor preditivo negativo para lesões de alto grau, mas a sensibilidade do PCR é melhor; e atualmente, para a prevenção do câncer do colo do útero, é inviável financeiramente que o SUS implemente métodos de biologia molecular para triagem de pacientes com ASCUS e LSIL detectados por esfregaço cervical. No entanto, considerando que o uso em larga escala pode tornar esses métodos mais baratos, o PCR deve ser o método de escolha, é menos caro, apresenta melhor sensibilidade e alto valor preditivo negativo.” [6]
Já o nosso Painel Anyplex™ II HPV HR Detection simultaneamente detecta, diferencia e quantifica 14 genótipos de HPV de alto risco, incluindo HPV 16 e HPV 18, apontados como os maiores fatores de risco para o câncer cervical.
Assim como o AnyplexTM II HPV28 Detection, este painel é baseado na tecnologia exclusiva da Seegene TOCE™, que permite uma triagem precisa da infecção por HPV em uma única reação de PCR em tempo real.
Conheça mais sobre a Saúde da Mulher Brasileira e a Importância da Tecnologia para o Diagnóstico.
Referências
[1] https://www.hindawi.com/journals/jo/2019/3257939/
[2] https://www.scielo.br/j/rbgo/a/cF9G53nyLW7FRykLndYt4Zf/?lang=en
[3] https://www.scielo.br/j/rbem/a/tWK6pDmBhqJHhKN6F4DVPZL/?lang=pt
[4] https://www.scielo.br/j/jbpml/a/bYb4qQQNZBgZVjyQQBqwzGC/?lang=pt
[5] https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28739302/
[6] https://www.scielo.br/j/csp/a/KdTZ58sbfnsMygZYB6tmnpH/?lang=en
[7] https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1386653214000353
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