O conceito de Medicina Preventiva foi desenvolvido no início do século XX visando redirecionar a prática médica — antes focada no tratamento das doenças. A área tem como foco evitar o desenvolvimento das doenças e oferecer uma melhor qualidade de vida para as pessoas.
Essa abordagem é o resultado de medidas diárias que promovem o bem-estar do indivíduo, como alimentação saudável e exercícios físicos, por exemplo. Não podemos deixar de ressaltar também a importância da tecnologia para essas medidas de prevenção.
Transição epidemiológica e Envelhecimento populacional
Conforme os dados levantados pela ONU, “globalmente, a expectativa de vida aumentou mais de 6 anos entre 2000 e 2019 — de 66,8 anos em 2000 para 73,4 anos em 2019. Enquanto a expectativa de vida saudável (HALE) também aumentou 8%, de 58,3 em 2000 para 63,7, em 2019, isso se deveu ao declínio da mortalidade em vez da redução dos anos vividos com deficiência.”
Posto isso, podemos apontar a chamada Transição Epidemiológica que, não só o Brasil, mas diversos outros países passaram — com o envelhecimento da população as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) se tornam as mais preocupantes. Dentre elas, destacamos:
- Doenças cardiovasculares;
- Câncer;
- Diabetes;
- Doenças respiratórias crônicas.
Mas como bem lembra o artigo Transição epidemiológica e o estudo de carga de doença no Brasil, “no Brasil, a transição epidemiológica não tem ocorrido de acordo com o modelo experimentado pela maioria dos países desenvolvidos. Velhos e novos problemas em saúde coexistem, com predominância das doenças crônico-degenerativas, embora as doenças transmissíveis ainda desempenhem um papel importante.”
“Projeções da OMS para 2025 incluem o Brasil entre os dez países com maior contingente de pessoas com 60 anos e mais. A proporção de idosos no Brasil passou de 6,3% em 1980 para 7,6% em 1996, estimando-se 14% em 2025. Esta mudança demográfica corresponde a uma transição epidemiológica que resulta em um importante crescimento da demanda aos serviços sociais e de saúde. Os agravos crônico-degenerativos, que atingem esta faixa etária, implicam tratamento de duração mais longa e recuperação mais lenta e complicada, exigindo também intervenções de elevado custo.”
Acrescentando, no estudo Doenças crônicas não transmissíveis e mudanças nos estilos de vida durante a pandemia de COVID-19 no Brasil foi apresentado que “houve redução da prática de atividade física (60% nos sem DCNT e 58% nos com DCNT) e do consumo de hortaliças (10,8% nos sem DCNT e 12,7% nos com DCNT). Verificou-se aumento no tempo de uso de televisão e computador/tablet (302 e 43,5% nos sem DCNT e 196,5 e 30,6% nos com DCNT, respectivamente); consumo de congelados (43,6% nos sem DCNT e 53,7% com DCNT), salgadinhos (42,3% sem DCNT e 31,2% com DCNT) e chocolate (14,8% sem DCNT). Durante a pandemia, portadores de DCNT apresentaram menor prática de atividade física suficiente (RPa = 0,77; IC95% 0,65 – 0,92), maior hábito de assistir à televisão (RPa = 1,16; IC95% 1,08 – 1,26) e menor consumo de hortaliças (RPa = 0,88; IC95% 0,81 – 0,96).”
Tecnologia e a Medicina Preventiva
O conceito da Medicina Preventiva entra justamente nesse ponto — a relação do ser humano, seus hábitos e medidas de resguardo. E dentro desse conceito existem 3 fases e mais 5 níveis de prevenção:
- Prevenção Primária: período pré-patogênico, em que há a promoção da saúde e a proteção específica.
- Prevenção Secundária: quando o processo da doença já iniciou. Aqui, é proporcionada uma melhor evolução clínica (interrupção ou diminuição de danos). Também é subdividida em duas etapas: diagnóstico precoce e limitação da incapacidade.
- Prevenção Terciária: quadro patológico já evoluído com manifestação estável a longo prazo. Realizadas ações de cuidados específicos.
1° nível — Promoção da Saúde: ações destinadas a manter a qualidade de vida dos indivíduos, famílias e comunidades de modo a evitar o desenvolvimento de diversos processos patogênicos.
2° nível — Proteção Específica: dirigidas ao combate de uma enfermidade específica ou um grupo de doenças em particular. Exemplo: vacinação.
3° nível — Diagnóstico e tratamento precoce: detectar rapidamente os processos patogênicos já instalados, antes do aparecimento de sintomas. O terceiro e o quarto níveis de prevenção (prevenção secundária) ganham caráter estratégico, já que permitem focar em locais e pessoas mais suscetíveis. Exemplos: exames periódicos, rastreamentos para doenças infecto-contagiosas, auto-exame, intervenções médicas ou cirúrgicas precoces.
4° nível — Limitação do dano: medidas tomadas nos casos em que o processo de adoecimento já está instalado.
5° nível — Reabilitação: O último dos níveis de prevenção está na fase terciária, com ações que buscam desenvolver o potencial residual do organismo após ser afetado pela doença. O objetivo é contribuir para que o indivíduo aprenda a conviver com sua condição de saúde e consiga levar uma vida útil e produtiva.
Conquanto, tecnologias específicas estão sendo desenvolvidas constantemente para suprir essa alta e crescente demanda por uma melhor qualidade de vida. Modelos de smartwatches, wearables e aplicativos que favorecem a proatividade e monitoram dados básicos como batimentos cardíacos e pressão sanguínea são lançados com bastante frequência.
E, como mencionado em nosso artigo Transformação Digital na Saúde — Impactos e Tendência, a inteligência artificial e big data estão entre os principais recursos que auxiliam as empresas e instituições no tratamento dos pacientes e coleta de dados epidemiológicos.
Destacamos também o importante papel que o diagnóstico molecular desempenha nessa equação. Graças à sua precisão é possível mapear não só as principais infecções respiratórias que afetam a população brasileira, mas também IST, meningite, tuberculose e trombose para citar alguns.
Seegene e a Medicina Preventiva
Em destaque entre as contribuições da Seegene para a Medicina Preventiva estão os testes para detecção do HPV. Como é sabido, grande parte da população está exposta ao risco de infecção pelo HPV, e de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer):
“O câncer do colo do útero está associado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais.”
INCA (Instituto Nacional do Câncer)
Para prevenir a evolução para o câncer, o conjunto de diagnóstico preciso e tratamento personalizado é essencial. Nossos testes são capazes de detectar mais alvos que os exames tradicionais de captura híbrida, chegando a 28 genótipos diferentes de HPV, além de indicar o grau de risco para câncer:
- Anyplex™ II HPV28 Detection – detecção simultânea e identificação de 28 tipos de HPV (19 de alto risco e 9 de baixo risco).
- Anyplex™ II HPV HR Detection – detecção simultânea de 14 genótipos de HPV de alto risco em uma única reação.
A Seegene possui várias tecnologias próprias aplicadas ao diagnóstico genético, que proporcionam resultados mais rápidos e objetivos:
- MuDT™ — a primeira tecnologia do mundo de PCR em tempo real que fornece valores individuais de Ct para múltiplos alvos.
- TOCE — A tecnologia TOCE™ permite detectar e diferenciar múltiplos alvos em um único tubo, além de fornecer resultados quantitativos através de análise cíclica da temperatura de melting do Catcher (cyclic-CMTA).
- DPO™ —uma forma inovadora de amplificação de múltiplos alvos que aumenta a especificidade do alvo e minimiza amplificações não-específicas que comumente ocorrem na PCR multiplex. A tecnologia DPO™ redefine a PCR multiplex de alta complexidade permitindo a detecção de muitos alvos em um único tubo, sendo muito adequada para PCR em tempo real multiplex.
Continuamos em permanente desenvolvimento de novos produtos e tecnologias, para oferecer o diagnóstico mais preciso aos pacientes e diferenciais de mercado aos nossos parceiros.
Conheça mais sobre o nosso trabalho e sistemas — seegenebrazil.com.br
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