De acordo com o National Center for Immunization and Respiratory Diseases (NCIRD), Division of Viral Diseases, o Vírus Sincicial Respiratório, ou VSR, é um vírus respiratório bastante comum e que, geralmente, causa sintomas semelhantes aos do resfriado.
A maioria das pessoas infectadas se recupera em uma ou duas semanas, mas as chances de agravamento do quadro clínico são maiores em bebês e idosos.
“No Brasil, o VSR é o principal causador de infecções do trato respiratório inferior entre lactantes e crianças menores de 2 anos de idade. Cerca de 40 a 60% das crianças são infectadas pelo VSR no primeiro ano de vida e mais de 95% das crianças, aos 2 anos de idade. Prematuros apresentam risco dez vezes mais elevado de hospitalização causada por VSR, em comparação aos bebês nascidos a termo”.
IFF/Fiocruz
Características da transmissão do Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
A infecção ocorre através de mucosas (olho, boca e nariz) ou através da inalação de gotículas de tosses e espirros em suspensão no ar.
O tempo que o VSR permanece viável para que ocorra a infecção, pode variar de acordo com a superfície, sendo:
- Mãos: menos de 1 hora;
- Superfícies não porosas: até 24h;
- Superfícies porosas: 1 hora;
- Luvas látex: 2 horas;
- Lenços de papel: 20 a 30 minutos.
O período de incubação é de 4 a 5 dias, enquanto que o período de transmissibilidade pode variar de 3-8 dias a até 3-4 semanas nos recém-nascidos.
De acordo com uma Nota Técnica Conjunta, do Ministério da Saúde, “a infecção pelo VSR caracteriza-se fundamentalmente, por seu caráter sazonal, dependendo das características de cada país ou região”.
A sazonalidade do VSR no Brasil se apresenta da seguinte maneira:
- Região Norte: fevereiro a junho
- Região Nordeste: março a julho
- Região Centro-oeste: março a julho
- Região Sudeste: março a julho
- Região Sul: abril a agosto
Sintomas do VSR
O quadro clínico de infecção causada por VSR pode ser facilmente confundida com outras infecções respiratórias, como a gripe. Os principais sintomas são: coriza, tosse, espirros, febre, respiração ofegante e perda de apetite.
“Esses sintomas geralmente aparecem em estágios e não todos de uma vez. Em bebês muito pequenos, os únicos sintomas podem ser a irritabilidade, diminuição de atividade e dificuldades respiratórias”.
CDC
Mesmo sem um tratamento específico para o VSR, existem medidas que ajudam no alívio dos sintomas e, na maioria dos casos, a infecção some depois de 1 ou 2 semanas.
Nos casos mais graves, o VSR pode levar à bronquiolite e pneumonia. Idosos e bebês menores de 1 ano, nessa situação, podem precisar ser hospitalizados caso apresentem dificuldade para respirar ou estejam desidratados.
“O paciente pode precisar de oxigênio adicional ou entubação com ventilação mecânica. Na maioria desses casos, a hospitalização dura apenas alguns dias”.
CDC
Grupos de Risco – Idosos e Bebês
O VSR pode ser particularmente mais perigoso em adultos acima de 65 anos com doenças cardíacas ou pulmonares e sistema imunológico enfraquecido. Cerca de 14 mil idosos morrem anualmente, nos EUA, devido à infecção.
Seguido dos sintomas que mencionamos, esses pacientes podem apresentar pneumonia e insuficiência cardíaca.
Já o VSR em recém-nascidos e crianças pequenas é mais preocupante quando eles nascem prematuros; possuem menos de 6 meses; são imunossuprimidos; apresentam problemas pulmonares ou cardíacos; apresentam doenças neuromusculares.
As complicações podem resultar em bronquiolite e/ou pneumonia, sendo capaz de levar à internação.
Ainda de acordo com o NCIRD, praticamente todas as crianças contraem o vírus até os 2 anos de idade.
“Os bebês que contraem a infecção por VSR quase sempre apresentam sintomas. Isso é diferente de adultos que às vezes podem pegar essas infecções e não apresentar sintomas.” Em recém-nascidos (com menos de 6 meses de idade), os únicos sintomas que aparecem podem ser:
- Irritabilidade;
- Perda de apetite;
- Apneia;
- Letargia.
Diagnóstico e Tratamento
De acordo com o Manual MSD, o diagnóstico é feito através de uma avaliação clínica e complementado com “ensaios de diagnóstico molecular como RT-PCR melhoraram a sensibilidade e geralmente estão disponíveis como ensaios únicos ou multiplex”.
Como não existem medidas específicas de tratamento, a melhor maneira de prevenir a contaminação são as prevenções básicas de cuidado:
- Cubra sua tosse e espirros com um lenço de papel ou a manga da camisa, não use as mãos;
- Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos;
- Evite contato próximo, como beijar, apertar as mãos e compartilhar xícaras e talheres com outras pessoas;
- Limpe as superfícies tocadas com frequência, como maçanetas e dispositivos móveis;
- Evite contato próximo com pessoas doentes;
- Evite tocar em seu rosto com as mãos sujas.
“Os pesquisadores estão trabalhando no desenvolvimento de vacinas contra o VSR, mas nenhuma ainda está disponível. Um medicamento chamado palivizumabe está disponível para prevenir doenças graves por VSR em certos bebês e crianças com alto risco de doenças graves. Isso pode incluir, por exemplo, bebês nascidos prematuramente ou com doença cardíaca congênita ou doença pulmonar crônica. O medicamento pode ajudar a prevenir doenças graves por VSR, mas não pode ajudar a curar ou tratar crianças que já sofrem de doenças graves por VSR, e não pode prevenir a infecção por VSR.”
Um estudo recente, realizado na FMRP, da USP, descreve como o vírus se organiza para conseguir infectar as células humanas, abrindo caminho para a busca de tratamentos mais eficazes.
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