Enquanto a comunidade científica continua pesquisando as ocorrências e consequências causadas pelo SARS-CoV-2, nós gostaríamos de chamar atenção para o aumento dos casos de trombose pós-covid que estão sendo registrados.
Em abril de 2021 um estudo publicado pela Fiocruz sugeriu que a covid-19 deveria ser renomeada para “Febre Viral Trombótica” devido ao impacto (comprovado) da infecção sobre a coagulação dos pacientes.
Essa mudança diz respeito apenas à nomenclatura, representando então uma síndrome específica, ao contrário da SRAG utilizada hoje. No âmbito social de cuidados, vacinação e medidas de segurança, essa mudança não traria nenhuma alteração.
Ainda no artigo da Fiocruz, “Este artigo aponta que o SARS-CoV-2 vai muito além da pneumonia ou SARS. As infecções por COVID-19 promovem interações notáveis entre o endotélio, a coagulação e a resposta imune, construindo um fundo capaz de promover uma “tempestade trombótica”, muito mais do que uma “tempestade de citocinas”. A importância de uma protease viral chamada protease principal (Mpro) é destacada como um componente chave para a replicação do SARS-CoV-2 na célula hospedeira. Uma análise mais profunda desta protease e sua importância no sistema de coagulação também é discutida pela primeira vez, principalmente por sua semelhança com as moléculas de trombina e fator Xa, como recentemente apontado pela comparação estrutural de estruturas cristalográficas.”
Consequências da Trombose
De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), 39% dos médicos entrevistados atenderam ao menos um paciente infectado pela covid-19 que desenvolveu trombose.
“O desenvolvimento de tromboses, seja arterial ou venosa, em membros superiores é muito pequeno. Com a Covid-19, observamos na pesquisa, que este número foi muito maior do que o observado na prática do dia a dia”, explica o cirurgião vascular Marcelo Calil Burihan, que também é diretor de publicações da SBACV.
De acordo com a pesquisa, a população idosa com covid-19 não é a mais afetada pela trombose. Apenas 8% dos participantes atenderam jovens de até 20 anos de idade; 51% atenderam infectados de 20 a 40 anos. O maior número de atendimentos está na faixa etária de 40 a 60 anos, com 72%. A partir dos 60 anos de idade, esse número cai para 64%.
“A recomendação da SBACV é de que pacientes com histórico de doenças vasculares façam o acompanhamento com um angiologista ou um cirurgião vascular. Entretanto, independente de doenças prévias, caso a pessoa apresente sintomas de trombose, como dor, inchaço e mutação de cor e temperatura, principalmente dos membros periféricos, como pernas, pés, braços e mãos, deve procurar um centro clínico imediatamente.”
Outros estudos
O artigo Risk of thrombotic complications in influenza versus COVID-19 hospitalized patients, publicado na revista da International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH) aponta que: “A incidência de complicações trombóticas em pacientes hospitalizados com influenza foi menor do que em pacientes hospitalizados com COVID-19. Essa diferença foi impulsionada principalmente por um alto risco de complicações de CTV nos pacientes com COVID-19 internados na Unidade de Terapia Intensiva. Notavelmente, os pacientes com gripe foram mais frequentemente diagnosticados com complicações trombóticas arteriais.”
A Revista Nature também já publicou um estudo a respeito,Emerging evidence of a COVID-19 thrombotic syndrome has treatment implications, assim como a Revista Internacional Thrombosis Research.
O artigo Incidence of thrombotic complications in critically ill ICU patients with COVID-19 mostra que “A incidência de 31% de complicações trombóticas em pacientes de UTI com infecções por COVID-19 é notavelmente alta. Nossos achados reforçam a recomendação de aplicar rigorosamente a profilaxia farmacológica da trombose em todos os pacientes com COVID-19 admitidos na UTI e são fortemente sugestivos de aumentar a profilaxia para altas doses profiláticas, mesmo na ausência de evidências randomizadas.”
Outro ponto que devemos observar é o fator genético da Trombose. Fazer o levantamento do histórico médico do paciente irá auxiliar, e muito, no tratamento e nos cuidados posteriores – para tal, o diagnóstico molecular é a melhor opção.
O nosso Painel Anyplex™ II Thrombosis SNP Panel Assay detecta e caracteriza simultaneamente 6 SNPs (1 no Fator II, 3 no Fator V e 2 nos genes MTHFR) que representam os principais fatores genéticos de risco para a trombose venosa.
Baseado na tecnologia TOCE™, este ensaio detecta e caracteriza múltiplos SNPs sem alteração no desempenho, utilizando PCR em tempo real com um único canal.
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