Quando os cientistas sul-africanos reportaram a descoberta da Variante Ômicron, na última semana de novembro/21, duas questões imediatamente saltaram aos olhos – qual a sua ‘intensidade’? e as vacinas?
De acordo com as informações oficiais que saíram até a data da publicação deste texto, “A variante [ômicron] abriga um grande número de mutações encontradas em outras variantes, incluindo Delta” (Ewan Callaway)
Ela foi primeiro identificada em Botswana e pouco tempo depois, em Hong Kong e seguiu para outros países. Os cientistas do Laboratório Lancet já tinham chamando a atenção para a Variante Ômicron devido ao seu comportamento – “os testes de reação em cadeia da polimerase (PCR) de rotina para SARS-CoV-2 não conseguiam detectar um alvo-chave, o gene S, em muitas amostras, um fenômeno visto anteriormente com a Alpha, outra variante do interesse. Quando a Lancet sequenciou oito desses vírus, ela descobriu o porquê: o genoma sofreu mutações tão intensas que o teste não acertou o gene.” (KAI KUPFERSCHMIDT)
Na manhã do dia 25 de novembro, os virologistas da Universidade de KwaZulu-Natal fizeram o anúncio público e, já no dia 26 a OMS a nomeou Ômicron e a categorizou como “Variante de Preocupação”
No artigo anterior, nós já mencionamos as principais diferenças entre “Variantes de Interesse” e “Variantes de Preocupação”.
No pronunciamento oficial do AFRICA CDC, os responsáveis anunciaram os detalhes da variante B.1.1.529, conhecidas até o momento:
- Em 25 de novembro de 2021, a variante B.1.1.529 foi detectada em 77 amostras coletadas entre 12 e 20 de novembro na província de Gauteng na África do Sul, 4 amostras em Botswana e 1 amostra em Hong Kong.
- A variante B.1.1.529 exibe múltiplas mutações em todo o genoma do vírus, incluindo mais de 30 na região que codifica a proteína spike responsável pela entrada do vírus nas células hospedeiras.
- Algumas das mutações foram detectadas em variantes anteriores, como Alpha e Delta, e foram associadas ao aumento da transmissibilidade e evasão imunológica.
- Muitas das outras mutações identificadas ainda não estão bem caracterizadas e não foram identificadas em outras variantes atualmente em circulação.
- Mais investigações estão em andamento para determinar o possível impacto dessas mutações na capacidade do vírus de se transmitir de maneira mais eficiente, de impactar a eficácia da vacina e evitar a resposta imunológica e / ou de causar doença mais grave ou mais branda.
Outra questão relevante para os pesquisadores é o genoma confuso da Variante Ômicron – “Sua proteína spike, que se agarra aos receptores nas células humanas, tem 30 diferenças de aminoácidos em relação ao vírus de Wuhan, China. Além disso, os aminoácidos desapareceram em três lugares e outros novos apareceram em um lugar. Muitas das mudanças são em torno do domínio de ligação ao receptor, a parte da proteína que faz contato com a célula humana.” (KAI KUPFERSCHMIDT)
Por essas mutações apenas é difícil pontuar se de fato a Variante é mais infecciosa ou não mas, analisando o quesito transmissibilidade, ela apresenta todos os requisitos ‘favoráveis’.
Porém, ressaltamos que fatores externos afetam essa taxa de transmissibilidade – aglomerações; uso indevido das máscaras; pouca ou nenhuma higienização das mãos e ainda o diagnóstico tardio.
Enquanto mais pesquisas estão sendo feitas, a vacinação continua desempenhando um importante papel no combate à pandemia. Um dos fatores observados foi que, apesar do aumento nos números de casos pela Variante Ômicron, ainda não temos nenhuma morte confirmada pela mesma. (Ewan Callaway)
No Brasil, a primeira confirmação de covid-19 pela Variante Ômicron ocorreu em 30 de novembro e vários casos seguem sendo investigados. Tanto o Ministério da Saúde quanto a ANVISA já se pronunciaram publicamente.
A Seegene Brazil na luta contra a covid-19
No dia 30 de novembro, a nossa sede sul-coreana confirmou que o Painel Allplex™ SARS-CoV-2 Master Assay é capaz de detectar o padrão único de mutações da Ômicron.
O teste, PCR em tempo real, reconhece quatro genes SARS-CoV-2 e cinco mutações notáveis na proteína spike, tudo em um único tubo de ensaio. Isso fornece resultados precisos sobre se uma pessoa é positiva para covid-19 e se ela tem a variante Ômicron.
O Allplex™ SARS-CoV-2 Master Assay detecta simultaneamente quatro genes SARS-CoV-2 de tipo selvagem (gene E, gene RdRP, gene N e gene S) e cinco mutações notáveis no gene S: deleção HV69 / 70, Y144 deleção, E484K, N501Y e P681H. Uma vez que a última Variante Ômicron contém deleção HV69 / 70, mutações N501Y e P681H, este teste com marcação CE-IVD pode detectar Omicron.
O nosso painel pode detectar a variante no primeiro estágio da triagem. As autoridades de saúde pública podem isolar e contatar rapidamente as pessoas infectadas com essa variante de preocupação.
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