Nas últimas semanas acompanhamos a diminuição e a arbitrariedade na adoção das medidas de segurança sanitária por algumas instituições, cidades e estados brasileiros.
Porém, os mais recentes levantamentos mostram que a pandemia não acabou. E ainda, estamos nos aproximando do inverno que, consequentemente, implica no aumento de infecções respiratórias.
Seguindo o último relatório da OMS, os casos positivos para covid-19 têm diminuído globalmente desde o final de março/22, assim como os óbitos relacionados. Todavia, quando analisamos regiões específicas vemos que os números registrados nas regiões africanas e nas américas mostram o outro lado da pandemia — houve um aumento de 31% e 13%, respectivamente, de casos positivos.
Ainda, houve um aumento de 69% dos óbitos registrados no sudoeste asiático. Ou seja, nós precisamos continuar o monitoramento viral e, como bem reportou a OMS, “O comportamento imprevisível do vírus SARS-CoV-2 e as respostas nacionais insuficientes estão contribuindo para a continuidade do contexto global de pandemia.”
Já no Brasil, conforme o Boletim InfoGripe, publicado pela Fiocruz, referente à Semana Epidemiológica 17/2022, os índices de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apresentaram sinais de crescimento — tanto para crianças de 0 a 4 anos quanto para adultos.
“Já foram notificados 125.712 casos de SRAG, sendo 66.836 (53,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório […]. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,3% são Influenza A; 0,1% Influenza B; 6,2% vírus sincicial respiratório (VSR) e, 84,1% SARS-CoV-2 (COVID-19).”
“Nas 4 últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 3,0% Influenza A, 0,5% Influenza B, 42,9% vírus sincicial respiratório, e 36,6% SARS-CoV-2 (COVID-19).”
Boletim InfoGripe
Com as baixas temperaturas, esperamos que esses números aumentem consideravelmente, por isso reforçamos que o diagnóstico molecular é fundamental não só para a identificação dos patógenos responsáveis pelas infecções respiratórias quanto para o rastreamento epidemiológico das mesmas.
As principais preocupações
Devido à recente afirmação lançada pela OMS a respeito do número de fatalidades relacionadas, direta ou indiretamente à infecção pelo SARS-CoV-2, novos posicionamentos foram pleiteados.
1 – SARS-CoV-2
As estimativas apontam que entre 1.º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2021 cerca de 14,9 milhões de pessoas (intervalo de 13,3 milhões para 16,6 milhões) faleceram em decorrência da pandemia.
Segundo o Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, “Esses dados preocupantes não apenas apontam para o impacto da pandemia, mas também para a necessidade de todos os países investirem em sistemas de saúde mais resilientes que possam sustentar serviços essenciais de saúde durante crises, incluindo sistemas de informação de saúde mais fortes.”
A maioria dos óbitos (84%) foram registrados no Sudeste Asiático, Europa e Américas. Os países de renda média respondem por 81% das 14,9 milhões de mortes (53% em países de renda média-baixa e 28% em países de renda média-alta) no período de 24 meses, com países de alta e baixa renda, cada um representando 15% e 4%, respectivamente (o relatório completo e mais detalhado pode ser encontrado no site da OMS).
Outro ponto levantado pela OMS está no primeiro relatório mundial sobre a prevenção e o controle de infecções. Nele, é relatado que 70% das infecções respiratórias podem ser prevenidas com a higienização correta das mãos e medidas econômicas voltadas para a boa prática de saúde.
Sobre isso, o Dr. Tedros afirma que “A pandemia da covid-19 expôs muitos desafios e lacunas no PCI [prevenção e controle de infecção] em todas as regiões e países, incluindo aqueles que tinham os programas de PCI mais avançados. Também proporcionou uma oportunidade sem precedentes para fazer um balanço da situação e aumentar rapidamente a prontidão e a resposta a surtos por meio de práticas de PCI, além de fortalecer os programas de PCI em todo o sistema de saúde. Nosso desafio agora é garantir que todos os países sejam capazes de alocar os recursos humanos, suprimentos e infraestruturas que isso requer.”
2 – Coinfecção Viral
Recentemente, um artigo sobre a coinfecção viral foi publicado na revista médica The Lancet. Nele, foram observados 200 mil pacientes britânicos diagnosticados com covid-19, desses, cerca 7 mil foram testados para coinfecção; foram cerca de 580 casos positivos, seja por influenza (230), VSR (220) e adenovírus (135).
Observou-se então que os pacientes diagnosticados concomitantes com SARS-CoV-2 e Influenza têm mais chances de desenvolverem complicações respiratórias e precisarem de VMI. “Em todos os casos de coinfecção por influenza e adenovírus, um desfecho fatal foi mais recorrente. Quando os resultados foram aplicados a pacientes hospitalizados, em geral, com ajustes adequados, a presença de influenza mostrou-se fator de risco para VMI e óbito durante a internação.”
O estudo também evidencia a importância do diagnóstico molecular, visto que somente ele consegue identificar precisamente qual ou quais os patógenos estão presentes no organismo.
3 – SRAG
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, comentou sobre o aumento nos números de casos de SRAG nos adultos. O número pode ser associado ao aumento nos casos de covid-19 e influenza A em adultos, no final do mês de abril/22.
O Boletim apontou para o crescimento a longo prazo em 14 das 27 unidades federativas brasileiras. A média foi de 4,7 mil casos na última semana de abril contra os 3,5 mil da semana anterior.
No período de janeiro a abril de 2022, 240 crianças com menos de 5 anos morreram devido à Síndrome Respiratória Aguda Grave causada pela covid-19. Em relação ao período homólogo, os números dobraram. Conforme o Instituto Butantan, a hospitalização de crianças por covid-19 também dobrou em relação ao mesmo período.
“As crianças mais novas também são as mais afetadas pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma condição grave e letal associada à infecção pelo SARS-CoV-2 que já acometeu 1.703 brasileiros. Entre os óbitos por SIM-P, a maior parte ocorreu em crianças de um a quatro anos (28,3%/n = 32), cinco a nove anos (25,7%/n = 29), 10 a 14 anos (19,5%/n = 22), menores que um ano (18,6%/n = 22) e de 15 a 19 anos (8,0%/n = 9).”
Instituto Butantan
Soluções Seegene Brazil
Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Londrina, pela Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, pela Universidade Federal de São Carlos e pela Faculdade de Medicina Albert Einstein dos Estados Unidos, mostrou que idosos não vacinados correspondem a 75% das mortes por covid-19.
Podemos entender que a não vacinação em crianças de até 5 anos também entra nessa equação e, enquanto esperamos pela liberação da vacina para esse público, precisamos reforçar a necessidade dos cuidados básicos contra as infecções respiratórias.
A Seegene Brazil possui os testes moleculares fundamentais para a identificação dos principais patógenos responsáveis pelas infecções respiratórias, confira:
- Painel Allplex™ Respiratory Panel 1: essencial para a identificação dos casos das Gripes A/B e RSV A/B com simultânea subtipagem de Gripe A em um único tubo;
- Allplex™ SARS-CoV-2 Assay: detecta e identifica, em uma única amostra, a covid-19 usando quatro genes alvo: RdRP, S e N específicos para o SARS-CoV-2 e E para todos os Sarbecovírus, incluindo SARS-CoV-2
- Allplex™SARS-CoV-2 Master Assay: faz a triagem completa para SARS-CoV-2 e variantes, incluindo cinco mutações notáveis no gene S.
- Allplex™SARS-CoV-2/FluA/FluB/RSV Assay: destinado à detecção do SARS-CoV-2 através de três genes (N, RdRP e S), dos vírus Influenza A e B e dos vírus sincicial respiratório (VSR) A e B.
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