A disseminação inesperada (mas previsível) do monkeypox e a sua declaração como ESPII (Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional) pela OMS, salientou mais uma vez a necessidade da adesão de medidas preventivas e educativas.
Em países que apresentaram boa política de saúde e controle e, principalmente, estoque estratégico de vacinas contra a varíola humana, não houveram tantos casos registrados como no Brasil. Foram mais de 10 mil casos confirmados, ficando atrás apenas dos EUA, em relação ao resto do mundo.
A adesão a medidas preventivas é muito importante também para reduzir as contaminações por IST. Um aspecto que chama a atenção das autoridades de saúde é o aumento dos casos de IST no Brasil e no mundo, sendo os países em desenvolvimento os mais afetados.
Conforme os Boletins Epidemiológicos do Ministério de Saúde, mesmo durante a pandemia, os índices das infecções continuaram em crescimento.
Informações sobre as IST no Brasil e no mundo
No Brasil, apenas a aids, HIV na gestante/criança exposta, sífilis na gestação e sífilis congênita são de notificação compulsória. Ou seja, para as demais infecções não há uma frequência e/ou padronização para publicações e, quando apresentadas são direcionadas a uma região e/ou estado específico.
Como é o caso do PrEP 15-19 – projeto desenvolvido em três capitais brasileiras, Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), entre adolescentes de 15 a 19 anos. Visando avaliar a efetividade da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), o estudo, que segue em andamento, é financiado pela ONU, Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde.
Mesmo com o foco no HIV, o projeto envolve também a oferta de materiais informativos (impressos ou via mídias sociais), aconselhamento sobre outras IST, preservativos, encaminhamento para vacinação contra hepatites virais (A e B) e papilomavírus humano (HPV) na rede municipal de saúde.
Já no levantamento apresentado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, de 2018 a 2020, foram registrados mais de 360 mil casos de sífilis. Porém, os especialistas avaliam que há uma alta chance de subnotificações devido à pandemia.
“A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que tem preocupado muito os médicos pela forma endêmica como se instalou no Brasil, muito em função de padrões de comportamento e de lacunas nas políticas de prevenção e tratamento”
Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD.
“Muita gente não tem conseguido ou tem receio de agendar consultas por causa da covid-19. Há, por exemplo, a diminuição de pré-natal entre as mulheres. Outro ponto é que não temos uma busca ativa de contactantes no Brasil. Além disso, apesar da sífilis ser uma doença de notificação obrigatória, nem sempre isso é feito. Somados, todos esses fatores podem complicar ainda mais nossa situação epidemiológica”
Márcio Soares Serra, coordenador do departamento de IST & Aids da SBD,
Conforme os dados do Ministério da Saúde, a sífilis afeta principalmente a população masculina – entre 2010 e 2020, dos quase 800 mil casos registrados 59,8% eram homens. As mulheres representam 40,2%.
“Essa doença é mais comum no homem, provavelmente, porque são indivíduos que adotam um comportamento de risco do ponto de vista sexual. Isso aumenta a possibilidade de adquirir a infecção pelo treponema, que é o causador da sífilis”
Heitor de Sá Gonçalves, vice-presidente da SBD.
Mas não é só no Brasil que esses números crescem – países como EUA e Coreia do Sul também apresentam um aumento significativo de infecções sexualmente transmissíveis. [2] [3]
“Essa é uma tendência internacional e o Brasil faz parte do grupo de nações com números alarmantes. Por ser uma doença com evolução grave, até mesmo fatal se não tratada adequada e precocemente, é fundamental que médicos e autoridades públicas permaneçam em alerta, atuando em ações educativas de prevenção e apoiando as fases de diagnóstico e tratamento”, avalia Heitor de Sá Gonçalves.
As principais IST no Brasil
- Herpes genital (cerca de 80% da população brasileira já foi infectada pelo vírus);
- HPV (cerca 54% da população brasileira possui o vírus);
- Hepatite B (responsável por 70% dos óbitos associados à doença);
- Sífilis;
- Gonorreia e Clamídia;
- Candidíase;
- Tricomoníase (cerca de 15% da população brasileira é infectada anualmente pelo parasita).
Cuidados e Soluções
Além da prevenção, a melhor maneira de cuidar e tratar desses pacientes é através de diagnósticos confiáveis e rápidos. Para tal, os testes moleculares, que há muito já são utilizados no país e ganharam mais reconhecimento popular nos últimos anos, são os mais indicados.
Graças a sua especificidade, é possível identificar exatamente qual o agente responsável pela doença e então direcionar aos melhores cuidados, uma vez que essas infecções podem apresentar sintomas semelhantes, tardios e, ainda, em alguns casos, são assintomáticas.
Painéis para detecção de IST: uma oportunidade para os laboratórios
Para os laboratórios, uma excelente opção é poder oferecer esses exames em painéis completos – eles proporcionam maior conforto para os pacientes, evitando a necessidade de novas coletas, oferecem um diagnóstico mais abrangente para o médico e, são faturados individualmente pelos planos de saúde.
Exemplificando, o ensaio Allplex™ Genital ulcer Assay, da Seegene Brazil, de PCR em tempo real multiplex, detecta simultaneamente 7 patógenos causadores de úlcera genital, incluindo a Treponema pallidum.
Já o Allplex™ STI/BV Panel Assays é uma solução que detecta e identifica 4 vírus, 16 bactérias, 1 parasita e 7 espécies de Candida relacionados a infecções sexualmente transmissíveis.
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